1. |
Santa Poeira
03:38
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Com a força da água que salva.
E a poeira é o que quer me cegar.
Pareço aço forjado no fogo.
Calor do inverno que vem me matar.
Mas porém, quem dará o sentido
Se fazem fila para vir me surrar
Não vejo o sol se acender e nem se apagar.
Por aqui ignorância é uma benção,
eu rezo um terço nos dias de paz.
Quem não se conforma se acaba em pranto
e nem de longe eu pareço capaz.
Nem parece que estamos tão perto,
nesse solo de árido horror.
Aqui na terra com nome de santo
Toda planta tem a mesma cor.
Mas porém, quem dará o sentido
Se fazem fila para vir me roubar
Não vejo o sol se acender e nem se apagar.
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2. |
Santos Populares
05:07
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Corpo certo, lindo. Estátua colossal.
Nela o espaço todo serve de arraial.
Nordestina, sina desse meu viver.
Coisa fina, ensina o que é pra não morrer.
Ou corta a pele e mata assim como um punhal.
E abre o corte todo como se fosse sal.
E o que importa é a lei!
Corpo certo, lindo. Estátua colossal.
Nela o espaço todo serve p’ra o arraial.
Instinto aperta um laço quase natural.
Sinto meu próprio corpo parte desse animal.
E o que importa é ser!
Tem o teu olhar a me chamar. Pra quê?
Olho o teu vestido a insinuar, pr’eu ver!
No destino circular de se viver,
Quem tem por aqui aparece sempre a oferecer.
Caminho apontar o largo. Efeito que é natural!
Versa melhor quem a chama “princesa comercial”.
Onde o que importa é ter!
Corpo certo, lindo. Estátua colossal.
Nela o espaço todo serve p’ra o arraial.
Instinto aperta um laço quase natural.
Sinto meu próprio corpo parte desse animal.
E o que importa é ser!
Tem o teu olhar a me chamar. Pra quê?
Olho o teu vestido a insinuar, pr’eu ver!
É toda um coração aqui a pulsa, só crer.
É toda a vocação de se comprar e vender
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3. |
Ancorado
06:13
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Quando mais perto vem
a hora de zarpar.
Vejo o mar e céu escuro,
e sei o que vou enfrentar.
Carrego a proteção
de mil rezas pra vencer.
P’ra que o mar devolva,
e eu volte aparecer.
E voar... por sob céu!
e cruzar... por sobre o mar!
É que vou sem previsão,
num vento só, pra ver.
Coração na mão
não há de se perder.
Não trabalho uma vida em vão,
Faço pra ver você estar,
Onde a dor não possa
mais te alcançar.
E voa.. cortando céu!
e cruza... por todo o mar!
E sabe que esse é o meu calor,
E sabe assim, o que eu sei de cor
Num amor que é só teu e meu,
Ancorado assim ao léu…
É que vou sem previsão,
num vento só, pra ver.
Coração na mão
não há de se perder.
Não trabalho uma vida em vão,
Faço pra ver você estar,
Onde a dor não possa
mais te alcançar.
E voa.. cortando céu!
e cruza... por todo o mar!
E sabe que esse é o meu calor,
E sabe assim, o que eu sei de cor
Num amor que é só teu e meu,
Ancorado assim ao léu…
De lá de cima talvez possa encontrar,
Uma concha fina qu’eu ouça o som do mar,
Ou um espelho colorido da Santa Iemanjá,
Que reflita nele algo qu’eu possa gostar…
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4. |
Êxodo
03:05
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O Sol dessa tarde desfaz em tons.
Não posso alimentar o que me prende aqui.
E se for para andar, irei...
A pé até onde der, eu vou seguir daqui.
O vento me sopra para longe vou.
Não quis abandonar o que eu tinha ali.
Pois se for a chorar, irei...
Até onde eu puder, nem vou pensar em mim.
Não vou dizer que é fácil.
Nunca foi fácil para mim,
Pois mesmo assim seguirei,
Mesmo que algo impeça.
A estrada é longa e emudece o dom.
Não dá para segurar o que eu carrego em mim.
Se eu tiver que esperar para ver,
Em fé, enquanto eu puder, se for melhor assim.
E vento me sopra e pra longe eu vou.
Levo quase nada além de um sim.
Se eu tiver que voltar, irei,
A pé ou como der, se for melhor no fim.
Não vou dizer que é fácil.
Nunca foi fácil para mim,
Pois mesmo assim seguirei,
Mesmo que algo impeça.
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5. |
Beira de São Francisco
04:14
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Cedo demais, a porta aberta, não demora a chegar,
isso é pra o teu, é teu destino, ele vai te encontrar.
Manhã de sol e uma lata d'água ela tem que carregar,
É o curso do rio, mas o rio vai ter que bater pra desviar.
Ah! Já foi melhor! Sinto dizer… A vida parece que não vai melhorar.
Olha outra vez, com a esperança plena de quem quer se mudar.
É culpa do amor. Mas um dia, quem sabe, ele vá te encontrar.
Segue sem ler, uma palavra tenra que vá lhe confortar.
Resumo da dor. Pois sempre que pode ela vai te machucar.
Ah! Já foi melhor!
É forte não crer e garganta dá nó.
Parece que no mundo anda só!
Tudo porque a vida parece não vai melhorar.
É tempo demais e a porta aberta, não demora a passar,
isso é pra o teu, é teu destino, ele vai te encontrar.
Tarde de sol e uma lata d'água ela tem que carregar,
É o curso do rio, mas o rio vai ter que bater pra desviar.
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6. |
Um Espelho
03:46
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Eu queria um espelho lindo e puro como seu olhar,
Pra beleza desse tempo deixar a vida correr…
Mas há dor ao norte é vil e é sorte ver,
Quando a morte cerca, acende a vela e crê,
que vai chover!
Chove chuva, chove… faz crescer.
Molha a terra, ensopa pr’eu viver.
Chove chuva, chove… faz crescer.
Molha a terra, ensopa pr’eu viver.
(é sempre assim que o sol faz)
Quem não quer um lugar tranquilo e verde pra se viver?
Há quem chame dia cinza de ‘tempo ruim’.
É a dor do norte, vil e é sorte viver,
Quando a fome aperta, acende a vela e crê,
que vai chover!
Chove chuva, chove… faz crescer.
Molha a terra, ensopa pr’eu viver.
Chove chuva, chove… faz crescer.
Molha a terra, ensopa pr’eu viver.
(é sempre assim que o sol faz)
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Novelta Feira De Santana, Brazil
One more Rock'n'Roll band from Brazil, singing in portuguese and make some noise.
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